Pioneira em Portugal
Engenharia de Biossistemas na Universidade de Évora desperta interesse de organizações nacionais e internacionais

Este ano letivo, a Universidade de Évora (UE) disponibiliza, pela primeira vez nesta instituição e em Portugal, o Mestrado Integrado em Engenharia de Biossistemas. Num só curso, com a duração de dez semestres, estão reunidas todas as exigências de formação das engenharias tradicionais e das novas tecnologias, ao serviço da produção e manutenção de processos e produtos biológicos.

O elevado interesse pela formação que a UE agora apresenta já despertou a adesão a este projeto educativo das empresas GALP ENERGIA, SAP, RISA, PIONEER, TORRIBA e da FUNDAÇÃO EUGÉNIO DE ALMEIDA. “Interessa-nos fomentar parcerias com organizações altamente competitivas no mercado e que nos desafiem com os seus problemas, para que também assim consigamos estimular nos alunos uma visão empresarial da sua formação académica e ao mesmo tempo, promover o gosto pela inovação e pela criação de valor social”, refere o diretor de curso, José Rafael Marques da Silva, professor e investigador na UE.

Particularmente vocacionado para um ambiente empresarial moderno, a Engenharia de Biossistemas na UE incorpora tecnologia nos sistemas produtivos de caracter biológico. Os Engenheiros de Biossistemas podem trabalhar numa escala local ou global, em matérias como a produção sustentável de alimentos, fibras e energia, qualidade e segurança alimentar, logística de bio produtos, utilização sustentável de bio recursos, valorização e utilização de biomassa e resíduos, empreendedorismo e inovação, sistemas de controlo ambiental, sistemas robóticos aplicados aos biossistemas e tecnologia verde.

Os detentores desta formação ficarão assim habilitados a resolver problemas que poderão passar por elaborar mapas de risco para doenças e pragas, via satélite, como forma de obter uma dieta segura e saudável, otimizar fatores de produção, a partir de sensores multiespectrais, ou mesmo gerir o comportamento animal via GPS.

Os alunos de Engenharia de Biossistemas da UE terão a oportunidade de desenvolver projetos com a tutoria de investigadores associados a equipas de investigação da UE. Como exemplo,“a possibilidade de trabalho no Grupo de Inteligência Territorial do Centro de Inovação em Tecnologias de Informação (CITI) e/ ou no Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrâneas (ICAAM) desta universidade”, refere o diretor de curso.

Mas o professor destaca outros aspetos que representam para a UE e para os alunos de Engenharia de Biossistemas uma janela de oportunidades: “o fato desta universidade fazer parte de uma rede europeia (a ERABEE) ligada à formação em Engenharia de Biossistemas;para além dos trabalhos que têm decorrido em conjunto com outras universidades americanas (VirginiaTech, Illinois, Davis California, Stanford, Florida, Michigan, Massachusetts, Ohio)”.

Neste momento, decorrem negociações entre a Universidade de Évora e a Universidade de São Paulo (Brasil). Em causa está o facto de os alunos de Engenharia de Biossistemas poderem obter uma dupla titulação numa das melhores universidades da América Latina. Para o efeito, “o aluno deverá frequentar, no mínimo um ano, em cada uma das instituições”, explica o professor. “Queremos proporcionar aos nossos alunos experiências pedagógicas inesquecíveis e, por isso, procuramos constantemente estar à altura da sua imaginação e capacidade”, acrescenta.

“É do conhecimento público que os atuais desafios da sociedade passam pela criação de valor e pela sustentabilidade das ações e dos processos e, nesse caminho, a Engenharia, e em particular a Engenharia de Biossistemas, ao integrar a boa Tecnologia e os Biossistemas, está bem posicionada para apresentar soluções de crescimento sustentável a uma sociedade que exige soluções de confiança, baseadas no “Honesto estudo com longa experiência misturado”, sustenta José Rafael Marques da Silva.

 

M.L. Silva | UELINE

 

José Rafael Marques da Silva(jmsilva@uevora.pt)

Professor auxiliar com agregação da Universidade de Évora

Director do curso de mestrado em Engenharia de Biossistemas

Membro do Conselho do Departamento de Engenharia Rural

Investigador do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM)

Membro do Grupo de Agricultura de Precisão do ICAAM

Investigador do Centro de Inovação em Tecnologias de Informação (CITI)

Membro do grupo de Inteligência Territorial do CITI

 

Potenciais projetos em Engenharia de Biossistemas na Universidade de Évora:

  • Plataforma tecnológica vitivinícola: “Vinhos que pensam” (utilização de sensores próximos multiespectrais na otimização da utilização de fatores de produção, da produtividade e da qualidade da uva para vinho).
  • Plataforma tecnológica agroclimática: “Sentindo a terra” (utilização de sensores climáticos remotos na criação de mapas de risco para doenças e pragas por forma a otimizar a aplicação de pesticidas e ao mesmo tempo promover uma dieta alimentar mais segura e saudável).
  • Aplicação de GNSS (GPS) na gestão de produtos e processos biológicos.

UELINE

Publicado em 24.09.2013