Investigadores da UÉ envolvidos na publicação do Livro Vermelho dos Peixes Dulciaquícolas e Diádromos de Portugal Continental.

Vários investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), da Universidade de Évora (UÉ) pertenceram à equipa que publicou a revisão do “Livro Vermelho dos Peixes Dulciaquícolas e Diádromos de Portugal Continental”.

O processo de avaliação do risco de extinção dos peixes dulciaquícolas e diádromos foi iniciado em 2018 e a versão agora publicada e já disponível digitalmente vem atualizar a última avaliação de 2005. A equipa de investigadores da Universidade de Évora que colaborou com o projeto teve como coordenador Pedro Raposo de Almeida, Diretor do MARE e Coordenador do Laboratório Associado ARNET.

A avaliação do risco de extinção descrita no Livro Vermelho dos Peixes Dulciaquícolas e Diádromos de Portugal Continental revela uma situação muito preocupante. Dos 43 táxones avaliados, 23 encontram-se ameaçados (60%). Nove espécies endémicas lusitânicas, quatro ibéricas, e sete peixes migradores diádromos enfrentam risco de extinção. As ameaças são sobretudo antropogénicas: regularização dos cursos de água, captação de água, infraestruturas hidráulicas transversais (como barragens e açudes), poluição e alterações climáticas. Outros fatores que afetam estas espécies de peixes são, por exemplo, a extração de inertes (e.g., areia) dos leitos dos rios, pesca, e a presença de espécies exóticas invasoras.

De acordo com Carlos Alexandre, outro dos investigadores do MARE e da Universidade de Évora envolvido no projeto, “os trabalhos de atualização de informação que foram desenvolvidos no âmbito da revisão deste livro são fundamentais para avaliar e classificar corretamente o grau de ameaça destas espécies e definir prioridades de conservação”. O investigador considera ainda que “é urgente tomar medidas que permitam identificar e mitigar as principais ameaças que afetam os peixes dulciaquícolas e migradores em Portugal. Ações dirigidas ao restauro de habitat destas espécies e à recuperação das suas populações são fundamentais para garantir a sobrevivência destes valores naturais e aumentar a sua resiliência às várias alterações ambientais que afetam os nossos ecossistemas aquáticos”.

Pode aceder à versão digital do “Livro Vermelho dos Peixes Dulciaquícolas e Diádromos de Portugal Continental” aqui.

Publicado em 25.10.2023
Fonte: GabCom | UÉ