Estudante da UÉ único português na 13th Summer School on Global Health

Bernardo Marques, estudante de Biologia Humana da Universidade de Évora, é o único estudante universitário português e um dos três europeus selecionado a participar no 13th Summer School on Global Health, organizada pela University of Groningen, (Países Baixos) em colaboração com a University Medical Center Groningen do mesmo país, dedicada à área da saúde a partir de uma perspetiva multidisciplinar.

É o estudo das doenças transmitidas por vetores, - transmitidas pela picada de mosquitos de várias espécies, mosca da areia (flebótomos) e carraças (ixodídeos), causadoras de doenças como malária, dengue, chikungunya, febre do Nilo Ocidental, leishmaniose, doença de Lyme, febre-amarela, encefalite japonesa, entre outras, - uma das áreas de estudo eleitas para este estudante da Universidade de Évora.

Em Portugal, a monitorização e vigilância de vetores é assegurada pela rede nacional REVIVE – Rede de Vigilância de Vetores, coordenada pelo Instituto Ricardo Jorge, através do Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas Doutor Francisco Cambournac, do Departamento de Doenças Infeciosas.

Entusiasta na área da medicina tropical e saúde pública, já que muitos destes tópicos, como sublinha “estão relacionados a doenças negligenciadas, países subdesenvolvidos e pessoas com más condições de vida”, Bernardo Marques revela-nos que, no futuro, a par da continuidade dos estudos, gostaria de integrar equipas de ONG`s, nomeadamente os Médicos sem Fronteiras, e participar diretamente com campanhas promovidas pela Organização Mundial de Saúde, seja no controlo de surtos ou no apoio a refugiados.

O estudante que rumou de Lisboa para estudar Biologia Humana em Évora, justifica a sua opção: “se eu tive a sorte de nascer num país que me deu condições para ser informado e ter acesso à saúde é, para mim uma obrigação transmitir os conhecimentos que adquiro e ajudar as populações que não tiveram a mesma oportunidade”.

Esta é a primeira experiência no estrangeiro, porém em Portugal já participou em iniciativas do género dentro da área das ciências biológicas, mais concretamente na análise osteológica, um ramo da anatomia que estuda a estrutura, forma e desenvolvimento dos ossos e das articulações.

Nesta Summer School, a decorrer de 2 a 11 de julho, o estudante optou por apresentar a comunicação “Direito de acesso à saúde no meu país”, dando desta forma a conhecer, ao restrito grupo de participantes - 22 no total - provenientes dos seis continentes, o Serviço Nacional de Saúde (SNS), desde a sua criação até à atualidade, procurando “correlacioná-lo com a experiência de outros países”, realça o estudante da UÉ.

Porquê Évora?

“A vivência em Évora era tudo o que eu mais queria” recorda o estudante, “passado uma semana, parece que nos conhecemos desde sempre” confidencia-nos sorridente. A acessibilidade e o reconhecido “espírito académico” da Universidade de Évora constituíram fatores determinantes para a sua opção. Sobre a escolha do curso esclarece que o plano de estudos era o que mais se relacionava com os seus interesses, “está muito virado para a investigação, aqui as aulas práticas assumem uma carga horária com que poucas universidades podem competir”; o que na sua opinião apresenta “uma vantagem para o futuro”.

A Escola de Verão em que agora o estudante irá participar ganhou reconhecimento nacional e internacional, uma vez que “são um dos poucos espaços académicos dedicados a apresentar e analisar a inter-relação entre migração e saúde, a partir de uma perspetiva multidisciplinar”, fornecendo a investigadores, professores, estudantes, e profissionais que trabalham com comunidades de migrantes em todo o mundo, uma oportunidade única para aprender sobre diferentes problemas de saúde que afetam as populações móveis.

Publicado em 02.07.2018
Fonte: GabCom | UÉ