No âmbito do projeto LIFE LINES “Redes de Infraestruturas Lineares com Soluções Ecológicas” coordenado pela Universidade de Évora, que tem como principal objetivo reduzir o impacte das estradas na biodiversidade, a equipa do projeto instalou, no passado dia 7 de Fevereiro, nas estradas nacionais N4 (que liga o Montijo à parte final da A6) e N114 (ligação entre o Cabo Carvoeiro, a ponta litoral de Peniche, na região do Oeste, e Évora, no Alto Alentejo), dois protótipos que visam dissuadir ratos e corujas de se aproximarem da estrada.
Segundo os investigadores, quando as câmaras automáticas incluídas neste dispositivo detetam movimento é emitido um som audível (no caso do protótipo das corujas) ou ultrassom (no caso do protótipo dos ratos). O ruído funciona como um alerta, levando a um evitamento ou fuga do animal e, consequentemente, a um afastamento da estrada. Paralelamente, a equipa deste projeto está ainda a testar outros dois protótipos de dissuasão em que, à semelhança do protótipo das corujas, é emitido um som audível, e monitorização de aves do poiso em apoios de linhas elétricas. Estes elementos são vulgarmente usados como locais de poiso, onde as aves de média e grande dimensão correm um risco significativo de serem eletrocutadas. Se se mostrarem eficazes na redução da mortalidade, estas medidas podem ser adaptadas a outros locais e outras espécies.
Recorde-se que este projeto pioneiro na Europa, conta com um investimento de 5,5M€ dos quais 60% são financiados pela comissão Europeia, pretende implementar uma série de medidas minimizadoras que levem à redução da mortalidade da fauna na área do Alentejo Central. Para além da Universidade de Évora, conta com a participação da Universidade de Aveiro, Universidade do Porto, Câmara Municipal de Évora, Infraestruturas de Portugal, Associação de Desenvolvimento Local a Marca e Câmara Municipal de Montemor-o-Novo.